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Edição 51 - Libras na Escola
22/02/2011
 
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Educadora defende mais tempo para o ensino de libras

Libras é essencial para o desenvolvimento educacional dos surdos, diz Neiva de Aquino Albres

Libras é essencial para o desenvolvimento educacional dos surdos, diz Neiva de Aquino Albres

Autor: Arquivo pessoal


A língua brasileira de sinais (libras) é essencial para o desenvolvimento educacional dos surdos, diz a fonoaudióloga e pedagoga Neiva de Aquino Albres, doutoranda em educação especial pela Universidade de São Carlos (UFSCar). Mestre em educação e especialista em psicopedagogia clínica, Neiva sabe o que diz, pois como a surdez é congênita na sua família, ela conviveu, desde a infância, com a libras e com a língua portuguesa, tornando-se bilíngue.

Reconhecida oficialmente como meio legal de comunicação e expressão em 2002, pela Lei n° 10.436, a libras foi regulamentada em 2005, pelo Decreto no 5.626, que inclui, entre outros pontos, a formação de professores para o ensino dessa língua, bem como de tradutores e intérpretes de libras e língua portuguesa. “A disciplina de libras tem sido implementada pelas instituições de ensino superior. Mas a pequena carga horária destinada a ela e a diversa ementa oferecida, por vezes, não proporcionam de fato uma proficiência na língua”, ressalta Neiva.

Em sua opinião, “os professores se formam com um conhecimento básico e incipiente para educar uma criança surda”. Ela defende a necessidade de que sejam estudadas formas da disciplina ter uma progressão, duração de mais de um semestre, ou que as secretarias de educação, estaduais ou municipais, ofereçam aulas de libras em cursos de formação continuada em serviço. “O aprendizado de uma segunda língua não se completa em quatro meses”, salienta.

De acordo com Neiva, que é tradutora de português/libras de livros infantis, autora de livros didáticos de libras pela Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, regional de São Paulo (Feneis/SP), e também tem experiência em formação de professores de libras, um grande desafio na promoção de uma educação de surdos com qualidade é o desenvolvimento de um programa de ensino bilíngue, simultaneamente a uma proposta de educação inclusiva. Para ela, outros desafios a serem enfrentados são a produção de material didático para ensino de libras e para ensino de português para surdos e a tradução de livros didáticos dos diferentes componentes curriculares para a língua de sinais.

Ela acredita que as pesquisas desenvolvidas sobre a libras nas áreas de linguística e educação têm muito a contribuir para a vida das pessoas surdas. Na linguística, assinala, “deve-se avançar o conhecimento sobre a gramática e uso da língua de sinais brasileira, os processos de aquisição, ensino e aprendizagem da língua de sinais para ouvintes e do português como segunda língua para surdos.” Na educação, defende a realização de pesquisas sobre a implementação de metodologias de ensino em educação bilíngue, estudos sobre as políticas públicas, e análise de interação em sala de aula sobre os papeis de diferentes profissionais na qual for inserido um aluno surdo – o professor, o intérprete de língua de sinais, os alunos ouvintes, entre outros. A professora tem um blog, junto com Vânia de Aquino, com músicas e histórias em libras, e outras informações - O mundo encantado em libras.

(Fátima Schenini)

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