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Edição 56 - Materiais Didáticos
14/06/2011
 
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Em Blumenau, professores e alunos aprendem a construir e utilizar materiais didáticos de matemática

No Neem, estudantes e professores aprendem diferentes estratégias e recursos didáticos para as aulas da matemática

No Neem, estudantes e professores aprendem diferentes estratégias e recursos didáticos para as aulas da matemática

Autor: Arquivo pessoal


O Núcleo de Estudos de Ensino de Matemática (Neem) da Fundação Universidade Regional de Blumenau (Furb), em Santa Catarina, quer contribuir para desmitificar a crença de que a matemática é uma disciplina difícil. Por meio de cursos e oficinas, os estudantes de matemática e professores das escolas de ensino básico da região têm acesso a diferentes estratégias e recursos didáticos que podem ser utilizados para uma melhor compreensão dos conteúdos.

De acordo com a professora Márcia Aurélia Stopassoli, coordenadora do Neem, a presença de materiais didáticos nas aulas de matemática vem sendo incentivada. Ela ressalta, no entanto, que não basta apenas utilizar esses materiais de forma lúdica e sem função educativa. “É necessário que seu uso esteja atrelado a objetivos bem definidos quanto ao aspecto de promover a aprendizagem da matemática, ou seja, a um cuidadoso planejamento da ação”, salienta Márcia, que leciona a disciplina matemática instrumental no curso de licenciatura em matemática da Furb.

Para ela, que é graduada em engenharia química e em matemática, com mestrado em educação ensino superior, a utilização de variados materiais em sala de aula pode contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e para uma aprendizagem efetiva, auxiliando os alunos na construção e compreensão dos conceitos. Em sua opinião, os materiais didáticos são importantes para a construção dos conceitos básicos de cada área da matemática e podem ser empregados no ensino da aritmética, álgebra, geometria e trigonometria.

“Para uma aprendizagem efetiva e significativa, sempre que possível, é recomendável que o educando participe da construção do material didático e, depois, de sua respectiva exploração, através do desenvolvimento de atividades previstas pelo professor de modo a levar quem manipula o material a tirar o maior proveito do mesmo”, destaca. Ela acredita que a aquisição de importantes conceitos matemáticos ocorrerá com criatividade e construções simples, como resultado das ações do estudante sobre o material e as reflexões que faz sobre tais ações. E isso se aplica tanto aos alunos do ensino fundamental quanto aos do ensino médio.

Na visão de Márcia, determinados conceitos seriam compreendidos, abstraídos e fixados, mais rapidamente, se fossem explorados com o auxílio de materiais concretos – é o caso da trigonometria, da geometria espacial, da análise combinatória, e da álgebra, por exemplo. De acordo com ela, os materiais didáticos devem ser os mais diversos e, principalmente, aqueles construídos com materiais disponíveis e reaproveitáveis (sucata). Construções de animais com poliedros de Platão, instrumentos como astrolábio e caleidoscópio e dobraduras com a técnica japonesa do origami são alguns dos materiais ensinados no Neem.

Mostras Interativas Matemática Interativa Itinerante é um dos projetos desenvolvidos pelo Neem. Ele se fundamenta na organização das Mostras Interativas Itinerantes de Matemática (MIIM) em escolas catarinenses de ensino básico. Desde que foi criado, em 2002, já promoveu 26 mostras escolares, beneficiando cerca de 30 mil estudantes do ensino básico e 500 professores de matemática e áreas afins. Esse projeto propõe a construção e exploração pedagógica de materiais didáticos, estimula a criação de laboratórios de matemática nas escolas, contribui para a formação continuada do professor, além de promover o intercâmbio entre a universidade e as instituições de ensino básico.

A professora Emanuela Valério Jorge, que leciona em escolas da rede pública do município de Indaial (SC), aplica os conhecimentos que adquiriu não só durante as aulas no curso de licenciatura plena em matemática como também no trabalho que desenvolveu no Neem, durante sua graduação. “No decorrer desses anos adquiri uma formação prática de utilização de atividades diferenciadas para o ensino de matemática, que me serviram e servem até hoje como inspiração para utilização das mesmas”, assegura Valéria, que é aluna do mestrado profissional em matemática e ciências, na Furb.

Clubinho de Matemática - Atualmente, além de dar aulas, ela coordena as atividades do Clubinho de Matemática no Colégio Municipal de Indaial. As atividades ocorrem em duas tardes semanais, com alunos do 1° ao 9° ano do ensino fundamental. O clubinho possui suporte de materiais do Neem, com atividades e materiais direcionados para todos os conteúdos de matemática do ensino fundamental. “Realizamos atividades que envolvem a matemática de forma lúdica”, diz Valéria.

Ela explica que o clubinho é bem aceito pelos alunos, o que tem provocado uma avaliação positiva nos resultados da aprendizagem. Segundo ela, houve mudanças até mesmo na participação dos alunos repetentes nas aulas de matemática. “O interesse deles simplesmente mudou de foco com estas atividades diferenciadas”, justifica. Valéria adianta que o clubinho passou a ser um local de troca de informações matemáticas, onde não há distinção de aluno “inteligente” ou não. “Todos participam das atividades e vêem a matemática de uma forma diferente e prazerosa”, assegura.

(Fátima Schenini)

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