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Edição 89 - Química Descomplicada
04/07/2013
 
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Bruno A.P. Monteiro (Ufla):“Novos professores devem aprender e reaprender constantemente”

O professor Bruno Monteiro foi premiado pela criação de uma nova disciplina

O professor Bruno Monteiro foi premiado pela criação de uma nova disciplina

Autor: Arquivo pessoal


O professor Bruno Andrade Pinto Monteiro recebeu o Prêmio Professor Rubens Murillo Marques, edição 2011, da Fundação Carlos Chagas — Incentivo a quem Ensina a Ensinar —, pela criação de uma nova disciplina para o curso de licenciatura em química: Espaços Não Formais de Educação em Ciências. O objetivo é incluir na formação dos professores a reflexão sobre o uso de espaços não formais no ensino de ciências, como museus e centros científico-tecnológicos.

Há dez anos no magistério, quatro dos quais com alunos do ensino médio, Monteiro é professor do Departamento de Química da Universidade Federal de Lavras (Ufla), em Minas Gerais. Sua atuação ocorre, principalmente, na formação de professores de ciências e de química e no mestrado em educação; no desenvolvimento e na inovação de material didático de ciências e química e em projetos de divulgação científica em museus e centros de ciência e tecnologia.

Com doutorado em educação em ciências e saúde pela Universidade de Aveiro, Portugal, e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele tem licenciatura em química e mestrado em tecnologia educacional nas ciências da saúde.

Jornal do ProfessorQuais as maiores dificuldades que os alunos enfrentam no aprendizado de química?

Bruno Monteiro — As clássicas deficiências formativas dos anos de escolarização anteriores: dificuldades em ler, escrever e interpretar; dificuldades com operações matemáticas básicas; despreparo dos docentes; falta de infraestrutura física nas escolas; falta de material didático adequado à realidade local.

Por que resolveu criar a disciplina espaços não formais de educação em ciências? Quais os principais conteúdos que dela fazem parte?

— Ao observar o contexto das práticas educativas empreendidas no âmbito das relações entre escolas e museus de ciências, centros de ciências e tecnologia, não é raro constatar a existência de diversas formas de relacionamento que variam entre atividades de cunho ilustrativo, a exemplo das visitas escolares, até a realização de abordagens didáticas planejadas por meio de interesses e objetivos comuns entre instituições. De qualquer modo, o argumento que buscamos construir advoga em favor de um tipo de relacionamento que seja abrangente e que ultrapasse a dimensão da visita ilustrativa, como um fim em si mesma, para uma intervenção que potencialize a inserção cultural e social dos atores envolvidos. A consequência preeminente dessa visão nos interpõe o grande desafio de vislumbrar a questão das relações possíveis entre escolas e MCCT como pauta do cenário de formação inicial e continuada de professores de ciências. Alguns estudos já sinalizaram a necessidade de se preparar os professores para utilização dos MCCT como um recurso pedagógico numa perspectiva que extrapola a mera visitação ilustrativa aos acervos dessas instituições.

A literatura da área de pesquisa em educação em ciências vem apontando que a constituição das relações, parcerias e colaborações entre o contexto escolar formal e os MCCT é um aspecto que deve ser levado em conta nas iniciativas que buscam promover inovações e agregar novas práticas no contexto da formação inicial de professores. A colaboração entre escolas e MCCT já pode ser vista como uma estratégia favorável para melhoria do letramento científico por parte do público escolar.

Entre os argumentos que reafirmam tal ponto de vista, destaca-se a visão de que os MCCT oferecem ambientes facilitadores da aprendizagem, uma vez que conjugam de múltiplas linguagens capazes de aguçar o interesse pela informação de forma mais profunda do que no ambiente escolar, ora centrado no modelo livresco e expositivo-oral do conhecimento. A partir dos argumentos apresentados, os quais, por sua vez, testemunham o início de um processo de inovação formativa, que se inaugura por meio da inserção do tema da educação não formal no contexto da licenciatura em química, construímos a proposta de uma intervenção didática que colocou em pauta o referido tema num momento singular da formação de um grupo de futuros professores. Ou seja, no último semestre do curso, no momento de finalização dos estágios supervisionados.

Sua atuação ocorre diretamente na área de formação de novos professores. O que os novos professores de química precisam saber e pôr em prática quando forem lecionar?

— É fundamental para os novos professores a disposição para aprender e reaprender constantemente; a ampliação do capital cultural, letramento e conhecimento geral; habilidades de liderança e para condução de trabalhos em equipes; habilidades para condução de projetos pedagógicos; habilidades para problematização do cenário escolar sob diversas perspectivas (gestão, avaliação, currículo, violência etc.); engajamento político e social e domínio conceitual.

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