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Edição 115 - A Família na Escola
08/07/2015
 
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Em Brasília, pais aprendem a participar da rotina dos filhos

O projeto Mala Voadora despertou os pais de Giovana para a importância de acompanhar as tarefas escolares

O projeto Mala Voadora despertou os pais de Giovana para a importância de acompanhar as tarefas escolares

Autor: Mariana Leal-ACS MEC


Na prática e na teoria, a educadora Mariléa de Souza Martins tem a certeza de que a educação na escola deve ser construída em parceria com a família. Responsável pelos projetos pedagógicos da Escola-Classe 305 Sul, em Brasília, todos com a inclusão da família, a orientadora educacional defendeu, em 2014, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Portugal, pesquisa de mestrado sobre o diferencial da presença dos pais na escola. “Vivemos numa sociedade capitalista, com as mães e os pais no mercado de trabalho, com cada vez menos tempo de acompanhar os estudos dos filhos, as tarefas de casa e passar um tempo prazeroso com eles”, diz. “E essa participação da família faz toda a diferença na educação.”

A partir da constatação de que a falta de tempo nos dias de hoje afasta os pais do ambiente escolar e compromete o rendimento dos alunos, Mariléa elaborou projetos interativos para aumentar a participação da família na agenda da escola, que atende 320 crianças de 6 a 11 anos de idade. Essa parceria tem resultado em maior motivação com as tarefas escolares e melhores notas. “Mandei uma malinha para a casa dos pais e os coloquei para ler”, conta a orientadora, referindo-se ao projeto Mala Voadora, do Serviço de Orientação Educacional da escola.

Todas as semanas, uma família leva a malinha, que contém três livros, CD com músicas clássicas de Mozart e um jogo de cubos, com personagens desenhados. O material exige criatividade por parte da família para inventar uma história. Há ainda uma pasta com receita de bolo, que deve ser feito por pais e filhos, e dicas de alimentação saudável. A família tem o fim de semana para usar o material e realizar as atividades propostas, que devem ser fotografadas e descritas num caderninho de controle.

O projeto agradou a Maria Joana Ribeiro Ferreira e a Ismael Ferreira Domingos, pais da Giovanna Sofia, 8 anos, do terceiro ano. “Vivemos com pressa, e o tempo é sempre curto; se não tiver um direcionamento da escola, acabamos deixando as tarefas para o filho fazer sozinho”, diz Maria Joana. “A gente não costumava sentar para ler histórias e brincar com a Giovanna ou a Rafaella, nossa caçula de 3 anos, e a malinha nos despertou para acompanhar mais de perto as tarefas da escola.”

Esmeralda Moreira Fernandes, mãe de Davi, 7 anos, aluno do segundo ano, espera a vez para levar a malinha para casa. Apesar de ser o primeiro ano do filho na escola, ela se considera uma parceira dos professores no processo educativo. “Temos liberdade para conversar, e graças a essa aproximação, percebi que o Davi tem talento artístico para a música e os desenhos”, conta a mãe, que o matriculou em aulas de bateria. “Ele produz textos a partir dos desenhos que faz e já compõe músicas.”

Horta — Além da Mala Voadora, a escola usa a horta para promover a aproximação entre a família e a escola e educar a todos sobre a importância de uma alimentação orgânica e saudável. “É a mãozinha de todos na terra da hora, das crianças, do professor da disciplina e dos pais”, comenta Mariléa. O espaço do cultivo não é muito grande, mas os canteiros exibem ao longo do ano letivo tomatinhos, couve, alface e ervas. Marlene Estrela, mãe de Gustavo Ramos, 8 anos, terceiro ano, participa do projeto. “Já vim aos sábados adubar e trazer mais sementes para plantar”, conta a mãe, que participa das reuniões mensais do ciclo de pais da escola. “Nem sempre dá para vir, mas esse compromisso é importante para acompanhar as atividades da escola e interagir com os professores, que estão abertos a nos ouvir”, explica.

Banny Gomes, mãe de Davi Guilherme, 10 anos, aluno do quinto ano, é parceira da escola na educação dos filhos há oito anos. “As minhas duas filhas mais velhas já estudaram aqui, e sempre houve essa relação de amizade e parceria entre pais e professores, que vai muito além dos dias festivos”, comenta. “Essa aproximação traz um ambiente de segurança, de acolhimento. A criança fica à vontade para aprender porque sente que a escola é uma extensão de casa.” (Rovênia Amorim)

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