Professora de educação física na Escola Estadual Princesa Isabel, em Manaus, Jaqueline Guerreiro de Mendonça apoia o xadrez nas aulas. “O jogo é uma ferramenta pedagógica importante para o desenvolvimento cognitivo das crianças”, assinala a professora, que leciona a turmas do terceiro ao quinto ano do ensino fundamental. Ela aprendeu a jogar xadrez em um curso de formação continuada oferecido pelo setor de educação física da Coordenadoria Distrital 1, à qual está vinculada. “Foi amor à primeira vista”, destaca.
De acordo com Jaqueline, o xadrez proporciona inúmeros benefícios aos estudantes e deveria ser praticado em escolas de todo o país. O primeiro desses benefícios que ela aponta é a concentração. “Vejo que os alunos, em um primeiro momento, aprendem a se concentrar, pois cada peça tem um movimento”, diz. “Depois, vem o exercício da estratégia, pensar em jogadas possíveis.”
A professora aponta, em seguida, outras habilidades, como desenvolvimento da memória, velocidade de raciocínio, capacidade de solucionar problemas e poder observador. Para ela, tudo isso ajuda não apenas no desenvolvimento do próprio jogo, mas também em situações cotidianas e no aprendizado das demais disciplinas. “Nem toda criança saberá responder o que é diagonal, vertical, horizontal, mas aquela que já observou alguém falar sobre os movimentos do bispo e da torre, duas peças de xadrez, saberá”, afirma. “Isso é noção básica de direção e será usado na matemática.”
Competição — O aumento do poder de concentração e de desenvolvimento do raciocínio também é lembrado pela diretora da instituição, Maria Aristeia Pimentel Matos, entre os benefícios do xadrez a seus praticantes. Há 30 anos no magistério e com experiência de 15 anos na direção de instituições de ensino, Maria Aristeia revela que a escola Princesa Isabel deu início ao jogo de xadrez há cerca de cinco anos, como opção para os alunos resistentes a atividades que exijam esforço físico. A responsável foi a professora de educação física Soraya Lima. “Quando ela saiu da escola, a professora Jaqueline assumiu e deu continuidade às atividades ligadas ao jogo de xadrez”, acrescenta a diretora.
Os estudantes costumam participar de competições, com resultados satisfatórios. “Em 2016, um de nossos alunos, Thiago Souza Sobrinho, ganhou o primeiro lugar na categoria sub-10 (masculino) do campeonato de xadrez da Federação Amazonense e se qualificou para o campeonato brasileiro”, diz Jaqueline. “Ainda tivemos uma aluna que ficou em segundo lugar também na categoria sub-10 (feminino) do mesmo campeonato, a Iza Beatriz Fernandes Barbosa.”
A participação dos enxadristas em competições chamou a atenção dos demais estudantes e resultou no aumento do número de praticantes da modalidade. (Fátima Schenini)
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