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JORNAL
Edição 74 - Educação em Prisões
06/07/2012
 
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Ecologia motiva trabalho de professora de Goiás

Angélica estimula os alunos a adquirirem novos hábitos

Angélica estimula os alunos a adquirirem novos hábitos

Autor:Arquivo da professora


Professora da Escola Municipal José Sebba, no município goiano de Catalão, Angélica Alves Bueno leciona na rede pública de ensino desde 1996. Formada em história, com curso de pós-graduação na mesma área, Angélica dá aulas para alunos do primeiro ano do ensino fundamental. Sua experiência no magistério inclui escolas da área rural e da rede particular.

Preocupada com a preservação do meio ambiente e interessada em estimular os estudantes a adquirirem novos hábitos, Angélica desenvolve um projeto, há quatro anos, que tem como tema geral o desenvolvimento de atitudes conscientes para um viver e um conviver sustentável. Em 2009, esse projeto intitulado Meu Mundo, Minha Casa foi um dos vencedores da quarta edição do Prêmio Professores do Brasil, do MEC. Uma das ações desse trabalho é o aproveitamento de camisetas que os alunos não utilizam mais, para a confecção de sacolas retornáveis, ecologicamente corretas.

O trabalho é realizado com a colaboração da professora Silvana, de artes, responsável pela costura, à máquina, das peças. “As crianças trazem as camisetas que não usam mais, nós cortamos e elas levam de volta para casa”, explica Angélica. Segundo ela, algumas mães revelaram que toda que vez que vão ao mercado, frutaria ou açougue, as crianças fazem questão de levar as sacolas para colocar as compras. “Estamos todos muito empolgados”, diz a professora.

As crianças gostaram da ideia e aproveitam para carregar de tudo nas sacolas, revela Angélica. Ela conta que os alunos dizem que essa é uma maneira de ajudar um pouquinho a cuidar do planeta. “Eu acredito que educação ambiental é, entre outras coisas, entender que, de alguma forma, todos podemos mudar atitudes sem perder o conforto diário”, salienta. Além disso, ressalta, “é necessário desenvolver o respeito e o cuidado com todas as formas de vida do planeta para que haja sustentabilidade”.

Além de preocupações com a ecologia, Angélica também tem interesse em ajudar seus semelhantes. E juntamente com a amiga Shirley Horta, participa de um trabalho voluntário para a alfabetização de adultos. O Projeto Luz, criado por elas, funciona no polo da Universidade Aberta (UAB), às segundas e quartas feiras à noite. “Fico exausta, mas tenho muito prazer. Não tem preço ver que eles estão aprendendo, saindo da escuridão”, enfatiza Angélica.

O grupo foi formado a partir do anúncio veiculado em uma rádio. O espaço é cedido pela prefeitura municipal, que também colabora com a doação de cadernos e lápis. As duas voluntárias contam, ainda, com apoio da seção local do Lions Clube, uma entidade internacional voltada à realização de serviços humanitários.

Diferentes motivações atraíram os estudantes. Assim, enquanto alguns precisam tirar carteira de habilitação, mas não sabem ler; outros estão na fase inicial da alfabetização, ainda no letramento. Entre os estudantes, Angélica salienta Antônio, um trabalhador rural, de 38 anos, que cria sozinho três filhos pequenos. Nas noites das aulas, ele se desloca da fazenda para a cidade e deixa para trás o cansaço e as dificuldades diárias, pois suas atividades começam às três horas da madrugada, quando se levanta para tirar leite das vacas.

“Esse trabalho é uma riqueza”, analisa a professora. “Percebemos que os alunos conseguiram, de alguma forma, avançar na aprendizagem e estão muito melhores do que quando chegaram para as aulas, em março”, avalia. Para melhorar as condições oferecidas aos estudantes, Angélica sonha em contar com uma parceria que lhe permita oferecer lanche aos alunos. “Eles são trabalhadores e muitas vezes vão para as aulas sem ter se alimentado antes”. (Fátima Schenini)

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