De 2003 a 2006, o número de professores universitários com doutorado registrou um aumento de 25,5%. De acordo com dados do Censo da Educação Superior, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o contingente de professores doutores nas universidades brasileiras passou de 56.238, em 2003, para 70.616, em 2006.

A taxa de crescimento de professores doutores superou até mesmo a registrada para o número total de docentes. Em 2006, dado mais recente, o total de professores em universidade públicas e privadas era de 317 mil. Em comparação com 2003, quando havia 268.816, o número de docentes cresceu 18%.

Segundo o professor Alberto Elvino Franke, é cada vez mais comum a contratação de jovens doutores nos concursos realizados pelas universidades. Coordenador do Grupo de Trabalho de Carreira da Associação Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior(Andes), Franke destaca que o doutorado está se tornando uma exigência mínima para atuar como professor universitário, principalmente nas universidades federais.

A taxa de crescimento de professores com doutorado é superior à registrada nos demais níveis de formação profissional docente: 19,2% para mestres e 20,7% para especialistas. “As instituições querem profissionais que sejam capazes de trabalhar na graduação e na pós-graduação”, explica Franke, ressaltando que os docentes vão além da sala de aula, fazendo pesquisas acadêmicas e aplicadas.

Para Franke, o aumento na contratação de doutores é decorrente também da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Ela estabeleceu que para uma instituição ser reconhecida como universidade é necessário que tenha, no mínimo, um terço do corpo docente com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado.

Produção científica cresce - A contratação de doutores já se reflete no aumento da produção científica. Medida em número de artigos publicados em periódicos internacionais, a produção científica brasileira cresceu 133% nos últimos dez anos, só perdendo da China, entre os países emergentes. Os chineses mais do que quintuplicaram a publicação de artigos.

Medicina foi a área de pesquisa que concentrou o maior número de artigos brasileiros publicados no ano passado, com quase 20% do total. Na sequência, aparecem agricultura e ciências biológicas, bioquímica, genética e biologia molecular, física e astronomia.

Cinco instituições se destacaram na produção de artigos científicos: USP, Unicamp e as universidades federais do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, nessa ordem.

(Renata Chamarelli)