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Edição 12 - Professor Universitário
06/01/2009
 
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Pesquisar e interagir com alunos é importante para docentes

Autor: Júlio César Paes


Professor de ensino superior há 25 anos, 23 deles no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), Nei Yoshihiro Soma, 50 anos, diz que a interação com os alunos, a possibilidade de auxiliar na formação profissional de jovens engenheiros e a orientação de discentes em iniciação científica, mestrado e doutorado estão entre os principais pontos que o cativam na profissão.

Engenheiro de produção formado pela Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP), com doutorado em matemática computacional e aplicada pela Universidade de Sheffield, na Inglaterra, e estágio pós-doutoral na Universidade de Bolonha, na Itália; o professor diz que o compromisso com as mudanças em prol da sociedade e do país pode ser visto como a motivação básica de sua permanência no magistério.

Ele gosta igualmente de dar aulas e de fazer pesquisas, tanto de cunho tecnológico quanto científico. Em sua opinião, não é possível, na área de engenharia, dissociar o ensino da pesquisa. “No final, é preciso tanto ter um produto a ser entregue em prol da sociedade quanto participar do grande esforço coletivo da formação de profissionais altamente qualificados e conscientes”, justifica.

Ao comparar os estudantes de hoje com os de 25 anos atrás, diz que eles não estão diferentes. As mudanças é que estão ocorrendo em um ritmo cada vez mais frenético e para todos. “O mundo muda numa velocidade cada vez maior”, acredita.

Nei Soma destaca que as novas gerações já nascem e crescem conectadas à internet. Isso demanda uma atenção muito maior por parte do professor quanto ao conteúdo que ministra e à forma de transmissão do conhecimento. “Se sua aula for ruim, os alunos podem estar todos, fisicamente, ao seu redor, mas provavelmente estarão navegando em seus notebooks em sítios muito distantes”, observa.

Concurso – Doutoranda no Programa de Políticas Públicas e Gestão da Educação Básica da Universidade de Brasília (UnB), Renísia Cristina Garcia Filice, 43 anos, tem lecionado em várias faculdades particulares do Distrito Federal, nos últimos dez anos. Recentemente, também atuou como professora substituta na Faculdade de Educação da UnB e aguarda a possibilidade de fazer concurso para docente de universidade pública.

Graduada em história, com mestrado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Renísia diz que o interesse pela história e pela educação a envolveu de tal forma, que o ensinar-aprender transformou-se num objetivo prazeroso a ser cultivado. “Penso que hoje, diferente de épocas passadas, as pessoas não sonham em ser professor. Tornam-se, no processo de amadurecimento, a partir do capital cultural acumulado, das pesquisas realizadas e das possibilidades vislumbradas na interação professor-aluno”, diz.

Para ela, lecionar significa interagir, trocar, avançar e recuar na perspectiva de facilitar o processo ensino-aprendizagem. “Agora, há outra expectativa: realizar pesquisas, estudos científicos, trabalhos coletivos e sociais junto com grupos de estudantes, práticas que só são possíveis com a seriedade que se faz necessária, em universidades públicas”, acredita Renísia.

O que a motiva? A vida, as pessoas, os jovens. Em sua opinião, um professor que se coloca na condição de pesquisador-aprendiz, mergulha nas pequenas situações rotineiras em sala de aula, ensina o programado, mas extrapola em termos de localizar as ações pontuais em sua relação com um mundo melhor.

(Fátima Schenini)

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