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Edição 102 - Dificuldades de Aprendizagem
11/07/2014
 
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Carlos Nogueira Aucélio (UnB): “Diagnóstico tem que ser feito pela equipe de saúde”


As dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas a métodos pedagógicos inadequados, problemas emocionais ou a distúrbios como dislexia, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), dentre outras. A opinião é do professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Nogueira Aucélio, neuropediatra, com atuação na área de medicina da criança e do adolescente.

De acordo com Aucélio, os casos que exigem acompanhamento médico são aqueles relacionados a distúrbios de aprendizagem, nos quais os estudantes apresentam alguma disfunção neurológica. São casos em que é necessária uma melhor investigação. “É muito importante o professor ter condições de reconhecer que o aluno possa apresentar dificuldades de aprendizagem, mas o diagnóstico deve ser feito pela equipe de saúde”, ressalta. Aucélio tem mestrado e doutorado em ciências da saúde.

Jornal do ProfessorO que são dificuldades de aprendizagem e quais as principais?

Carlos Nogueira Aucélio – Dificuldade de aprendizagem é qualquer ocorrência na esfera acadêmica que possa desencadear um prejuízo no ato de aprender. A dificuldade pode estar relacionada a métodos pedagógicos inadequados, problemas emocionais ou a distúrbios (TDAH, dislexia e outros).

Em quais casos há necessidade de acompanhamento médico? Como é feito o diagnóstico? Qual o papel do eletroencefalograma?

– Os casos que exigem acompanhamento médico são os distúrbios de aprendizagem nos quais o estudante apresenta disfunção neurológica. Há a necessidade de melhor investigação. O diagnóstico é eminentemente clínico. A depender do caso, devem ser acrescentados exames complementares, como o eletroencefalograma (EEG), estudo do PE 300, avaliação neuropsicológica (Wisc, Waiss, PAC e outras). O papel do EEG é avaliar a maturidade bioelétrica cerebral e verificar a presença de descargas epilépticas.

Fala-se de um eventual excesso de prescrições de remédios a estudantes para que “fiquem quietos” ou “prestem mais atenção às aulas”. Isso é real?

– Os critérios de diagnóstico, evolução e acompanhamento do tratamento estão hoje muito bem definidos. Assim, fornecem à equipe de saúde maior segurança em medicar. Mas é importante frisar que o diagnóstico da disfunção deve ser criterioso. Infelizmente, há casos como aqueles de “concurseiros”, que têm feito uso de medicações, sem necessidade, com a finalidade de aumentar a performance em seus estudos. Caso o indivíduo não tenha indicação de tratamento, não é aconselhável fazê-lo.

Qual o papel do professor no reconhecimento das dificuldades dos alunos e no encaminhamento dos mesmos à consulta médica?

– Estudos têm demonstrado que o principal encaminhamento para a equipe de saúde é realizado pelos professores. É muito importante o professor ter condições de reconhecer que o aluno possa apresentar dificuldades de aprendizagem, mas o diagnóstico tem de ser feito pela equipe de saúde.

 

– Qual o papel dos psicopedagogos no atendimento a estudantes que apresentam dificuldades de aprendizagem?

– O papel principal do psicopedagogo é descobrir junto ao aluno as melhores estratégias de estudo e aprendizagem.

 

– O atendimento a alunos com dificuldades de aprendizagem deve ser feito de forma interdisciplinar?

– Com certeza. O diagnóstico e o tratamento devem ser feitos pela equipe multidisciplinar (neuropediatras, pediatras, hebiatras, psiquiatras, oftalmologistas, otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, ortoptistas, professores). Cada caso é um caso. Dependendo do paciente, torna-se necessário o parecer desses profissionais.

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