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Edição 120 - Prêmio Professores do Brasil-2015
09/12/2015
 
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Crianças e famílias gaúchas descobrem valores culturais

As crianças aprenderam a retirar as sementes do fruto da planta

As crianças aprenderam a retirar as sementes do fruto da planta

Autor: Arquivo da professora


Pelo nome e formato diferentes, o fruto se impôs como algo curioso para as 35 crianças da turma de educação infantil. Embora seja comum no Rio Grande do Sul e usado na fabricação da cuia do chimarrão, o porongo era totalmente desconhecido do universo dos alunos, de 4 e 5 anos, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Arlindo Bonifácio Pires.

Durante cinco meses, a professora Adriane Tavares Bilhalva apresentou o fruto às crianças da pré-escola e desenvolveu projeto pedagógico que aliou ciência e meio ambiente, cultura regional e produção artística. A dinâmica do projeto proporcionou conhecimento e exigiu o exercício da criatividade, mas acabou por envolver a comunidade, que recebeu sementes e ajudou as crianças no plantio. Por consequência, as famílias foram incentivadas a usar o fruto para criar trabalhos artísticos.

O projeto Porongo: do Cultivo à Arte na Educação Infantil figura entre as práticas pedagógicas bem-sucedidas premiadas pelo Ministério da Educação na edição de 2015 do Prêmio Professores do Brasil. Na escola desde 2005, a professora premiada conta que optou por trabalhar com projetos pedagógicos nos últimos quatro anos por entender ser uma prática mais adequada à integração de diferentes conteúdos e à aprendizagem.

O primeiro passo do projeto foi a apresentação do fruto às crianças, com explicações sobre a origem e a história. Embora o enfoque da professora tenha sido o regional, o porongo é conhecido em outras regiões do Brasil como cabaça e usado como recipiente de servir água, por apresentar um gargalo alongado, ou como cuia, ao ser dividido ao meio. No Rio Grande do Sul, cuia é o nome do recipiente usado para o preparo do tradicional chimarrão, com erva-mate moída e água quente. A bebida é sorvida com a ajuda de uma bomba (canudo metálico com um filtro na ponta).

Na sala de aula, as crianças aprenderam a retirar as sementes do fruto da planta, originária da África, e a plantá-las em potinhos de iogurte cheios de terra para observar o desenvolvimento da muda. Nos trabalhos de artes, o porongo foi usado como receptáculo da criatividade das crianças, que puderam pintá-lo e inventar bonecos ou enfeites para o próprio quarto de dormir.

Premiação — A professora ficou emocionada ao saber que o projeto havia sido premiado. “Tive a oportunidade de fazer uma viagem de avião e participar de uma troca de experiências muito importante para minha realização pessoal e valorização profissional”, comenta. “A premiação representa muito, uma grande conquista, e indica que estou no caminho certo, mas o segredo para o trabalho bem feito é o amor, o carinho que recebo diariamente das crianças.”

A escola da professora Adriane, no município de menos de cinco mil moradores de Chuvisca, a 150 quilômetros de Porto Alegre, atende 280 alunos de educação infantil e pré-escola e do ensino fundamental. Além do trabalho com as crianças em sala de aula, o cultivo do porongo nas propriedades das famílias teve o objetivo de incentivá-las a desenvolver o artesanato regional. A professora colaborava com sugestões de peças e ideias, tanto para as crianças quanto para as famílias.

“O mundo é repleto de símbolos e significados que possibilitam grandes descobertas nessa fase da infância, e a arte permite o desenvolvimento do senso crítico, da sensibilidade e da criatividade”, diz a professora. Ela explica que o cultivo do porongo permitiu o resgaste da cultura regional na comunidade escolar e despertou nas crianças de 4 e 5 anos a responsabilidade em relação ao meio ambiente. Assim, o olhar delas será mais rico para o gaúcho que saboreia o seu tradicional chimarrão. (Rovênia Amorim)

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