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Edição 20 - Educação Integral
27/05/2009
 
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Escola Integrada de Belo Horizonte educa e socializa

Autor: Jorge Quintão


Aumentar a carga horária escolar pode parecer, a princípio, um drama para os alunos e um peso para os professores. Mas em Belo Horizonte (MG), o Programa Escola Integrada tem mostrado que passar mais tempo no colégio é uma boa estratégia para alunos, educadores e comunidade. Criado em 2006, ele amplia a carga de quatro horas e meia para nove horas, promove a interação entre escola e sociedade e amplia as possibilidades de aprendizado.

Segundo a coordenadora do programa, Neuza Maria Santos Macedo, o projeto inicial previa a participação de apenas sete escolas. Hoje, 80 das 171 instituições de ensino fundamental da capital mineira participam do Escola Integrada, totalizando 19 mil alunos com idades entre seis e 14 anos. Até o fim de 2009, a previsão é de atendimento a 30 mil crianças do ensino fundamental da rede municipal.

De acordo com Neuza Maria, o programa oferece oficinas de esporte, cultura e lazer para os estudantes, além de acompanhamento escolar e uma maneira diferente de passar os conteúdos em sala de aula. “Como exemplo, temos a matemática lúdica e a matemática com o jogo de xadrez. É um atrativo para o aprendizado”, explica.

O programa conta com a participação de instituições de ensino superior, governo municipal, e organizações não governamentais. A ponte entre essas entidades e a escola é feita por um professor comunitário, que coordena as atividades. Estudantes universitários elaboram e participam de projetos, voluntariamente, em uma espécie de estágio. Os alunos não utilizam apenas o espaço físico da escola. Eles passam a frequentar parques, bibliotecas públicas e a fazer atividades dentro da própria comunidade, com acompanhamento pedagógico.

A professora comunitária Ana Paula Pego, da Escola Municipal Ulysses Guimarães, conta que seus alunos trabalham em conjunto com a comunidade e conseguem fazer mudanças com pequenas ações. “A via por onde eles passavam para chegar à escola era feia, as casas estavam sem reboco. Como as crianças adoram pintar, fizemos uma parceria com um artista plástico da cidade e demos uma cara nova para o local”, diz.

Segundo Ana Paula, até mesmo a imagem que os estudantes passavam, mudou. “Antes vistos como bagunceiros, agora eles são parte da sociedade, com uma postura mais positiva”, avalia. A escola ainda oferece oficinas de dança, teatro e fotografia. Um dos resultados desse trabalho é a exposição Meu Morro, Meu Olhar, com fotos tiradas pelos alunos. Elas podem ser vistas no site http://www.olharcoletivo.com.br . “Quando passam mais tempo com os educadores, os estudantes mudam sua postura e vocabulário. Também melhoram as relações. É muito melhor que ficar sozinho em casa assistindo televisão ou perdido na rua”, acredita Ana Paula.

Apesar de ainda não ter feito nenhuma pesquisa quantitativa para avaliar a melhoria dos alunos em sala de aula, a professora comunitária Cláudia Martins, da Escola Municipal George Ricardo Salum, garante que houve mudanças. “A gente percebe que os estudantes evoluíram muito. A maioria fica na escola espontaneamente e não mais por obrigação ou pressão. Eles já nos ajudam com os novatos, aprenderam a conviver e melhoraram muito no quesito comportamento”, afirma.

Para Cláudia Martins, a escola em tempo integral é fundamental na formação do aluno, além de promover uma aproximação com os educadores. “O Programa Escola Integrada ultrapassa a barreira das quatro paredes de uma sala de aula. Suprimos as necessidades dos estudantes, oferecendo cuidado e atenção. Eles passam a confiar em nós, se desenvolvem com maior facilidade, têm mais liberdade de falar e agir”, justifica.

(Rafania Almeida)

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