Na Escola Municipal Senhorinha Ana Alves de Oliveira, em Cuiabá (MT), o rendimento dos alunos melhorou desde que a jornada escolar foi ampliada, em agosto de 2008, com a implantação do Programa de Educação Integral Educa Mais. Localizada no Jardim Vitória, bairro carente e sem infraestrutura, a instituição oferece aulas de xadrez, dança, teatro, letramento, e matemática, além de atividades de recreação. As atividades são desenvolvidas de segunda à sexta-feira, no horário das 7h às 10h e das 13h às 16h.

De acordo com a professora Cássia Macedo Oliveira, articuladora do Educa Mais nessa instituição, o programa provocou um resgate geral na escola. “A gente vê a participação dos alunos. Eles estão mais desinibidos, assíduos, bem mais ativos e com autoestima maior”, acredita. Segundo ela, em dias de apresentação, os participantes do Educa Mais são os primeiros a quererem dançar, enquanto os demais alunos ficam só olhando. “Eles também cantam e sabem as letras das músicas na ponta da língua”, conta.

Dos 330 alunos matriculados na instituição, da educação infantil ao 6º ano do fundamental (5ª série), 200 participam das atividades no horário contrário ao das aulas. Têm preferência os estudantes em situação de vulnerabilidade, com baixo aprendizado e rendimento. Em 2009, mais quatro modalidades serão incluídas: capoeira, educação ambiental, prevenção à saúde, e direito à cidadania.

Todas as atividades contam com a participação de estudantes universitários ou recém-formados de diferentes áreas, que atuam como monitores, sem vínculo empregatício. Além do Educa Mais, a instituição oferece aulas de apoio para alunos com dificuldades de aprendizagem e o programa Segundo Tempo, com aulas de vôlei e futsal.

Na Escola Municipal Maria Lucila da Silva Barros, no Jardim Ubirajara, bairro carente de Cuiabá, os professores notaram uma melhoria na concentração, disciplina, motivação e autoestima dos alunos. Segundo a articuladora do Educa Mais na escola, professora Valdete Correa Carvalho, algumas crianças que ainda apresentavam muitas dificuldades no processo de desenvolvimento da leitura conseguiram obter resultados surpreendentes no final do ano letivo de 2008. Para Valdete, isso aconteceu a partir das atividades de dança, teatro e xadrez, que necessitam de concentração e coordenação motora.

Todos os 162 alunos matriculados na instituição participam do programa. Os monitores são voluntários que recebem ajuda de custo para transporte e alimentação. Nessa escola também são oferecidas oficinas de letramento e matemática, para atendimento de estudantes com dificuldades e defasagem na aprendizagem, além de produção de rádio escolar.

(Fátima Schenini)