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Edição 23 - Aperfeiçoamento de Professores
21/07/2009
 
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Formação de professores deverá qualificar educação básica

Pará tem 62 mil professores sem formação inicial adequada.

Pará tem 62 mil professores sem formação inicial adequada.

Autor: Arquivo do MEC


No município de Inhangapi, a 94 quilômetros da capital do Pará, uma professora conta apenas com seu talento e força de vontade para ensinar seus 22 alunos da educação infantil, na Escola Municipal Maria Aura Bittencourt Ferreira. Maria dos Reis, 49 anos, trabalha na zona rural do município como professora concursada.

Com diploma de nível médio, avalia que a formação no magistério não é suficiente para exercer a profissão, mas conta que sempre foi apaixonada pela carreira de docente. Apesar de saber que um curso superior a qualificaria melhor, diz que nunca teve condições de ingressar em uma universidade. A chance de poder cursar pedagogia por meio do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, do Ministério da Educação, reacendeu o sonho de Maria de se “tornar uma docente preparada a ensinar de verdade”.

Maria está no grupo dos 62 mil professores do Estado do Pará sem formação inicial adequada. Ela gostaria de dar aulas para outras séries, mas sua formação não permite. “Eu quero ir além do meu trabalho. Quero estar apta a passar conhecimento. Sei que a oportunidade vai garantir a melhoria do meu trabalho junto aos alunos”, espera.

De acordo com o coordenador do programa na Secretaria de Educação do Pará, Licurgo Brito, os professores sem formação inicial adequada são profissionais com curso de nível médio de magistério e sem curso superior, com atuação em área diferente da formação ou que não possuem licenciatura, habilitação para dar aulas.

A oferta de formação inicial prevista no programa deverá atender a todos os professores que não possuem graduação. São aqueles que, como Maria dos Reis, possuem apenas o diploma de nível médio, magistério. “Geralmente é a formação para aqueles que querem ingressar no mercado de trabalho. É a dinâmica da construção da produção de conhecimento”, explica.

Contudo, Brito lembra que um bom professor deve estar em constante formação. Nesse sentido existe a formação continuada que pode ser feita por meio de curso de especialização ou uma pós-graduação stricto sensu, como mestrado ou doutorado.

“O que o MEC coloca hoje também como possibilidade para dinamizar a formação de professores é a segunda licenciatura e a formação pedagógica”, lembra o coordenador. A segunda licenciatura abre possibilidade para o professor que já atua na área, mas em disciplinas diferentes das previstas na sua formação. “Temos casos de professores graduados em matemática que dão aula de física ou química. Com isso, eles têm a oportunidade de conquistar um diploma nas áreas em que estão trabalhando”, exemplifica Brito.

Já a formação pedagógica é voltada para profissionais com diploma em bacharelado, em outras áreas, que atuem como docentes. “Engenheiros, nutricionistas, comunicólogos, entre outros, que trabalhem como professores da educação básica mas não possuam formação pedagógica. Com essa modalidade, eles se habilitam para trabalhar como educadores”, detalha.

Segundo ele, o total de docentes sem formação no Pará corresponde a 90% dos profissionais da área no estado. “As pessoas não têm a formação adequada não é porque não querem, mas porque lhes falta oportunidade. É alarmante e justifica o baixo desempenho do Pará no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), entre outros fatores”, salienta. Brito acredita que uma formação inadequada dos professores não permite exigir muito dos alunos. “Mas certamente esse quadro mudará a partir do programa de formação”, finaliza.

(Rafania Almeida)

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