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Edição 94 - Semana Nacional de Ciência e Tecnologia-2013
08/11/2013
 
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Estudantes descobrem jogo de tabuleiro criado por indígenas

O jogo da onça atraiu muitas atenções durante a SNCT

O jogo da onça atraiu muitas atenções durante a SNCT

Autor: João Neto - ACS MEC


Em meio a tantas histórias e curiosidades em exposição durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília, eram as mesinhas com o jogo da onça que mais capturavam estudantes de diferentes idades no estande do Serviço Social do Comércio (Sesc). Atraídos pelo tabuleiro, eles sentavam-se para aprender as regras do jogo, conhecido pelos indígenas brasileiros antes mesmo da chegada dos portugueses.

O jogo, disputado em dupla, exige estratégia. Um jogador fica com a onça e o outro com 14 sementes ou pedrinhas que representam os cachorros. O jogador com a onça deve capturar cinco cachorros enquanto o oponente precisa encurralar a onça e impedi-la de se mover pelo tabuleiro. “Para não ser cercado, fui pelas beiradas e ganhei dos cachorros”, explicou David Patrick, 11 anos, aluno do quinto ano da Escola-Classe 407 Norte. Ele não conhecia o jogo e se divertiu.

“Como o jogo era muito popular em Portugal, acreditava-se que os portugueses o haviam introduzido no Brasil, mas é um tesouro nacional e revela o contato dos nossos índios com as civilizações mais desenvolvidas da América pré-colombiana”, explica Zenildo Caetano, 52 anos, professor de educação física do Sesc. Segundo ele, os indígenas traçavam o tabuleiro no chão e usavam sementes como peças.

Zenildo sugere que os jogos, dentro do lúdico, devem ser explorados pelos professores como prática de recreação. “Os indígenas nos deixaram vários exemplos de atividades lúdicas e esportivas, como o pião, o bilboquê e a peteca. Os estudantes não precisam ficar só no jogo de xadrez, que tem origem indiana”, afirma o professor.

Em 2006, o jogo da onça e um documentário sobre a forma em que era disputado pelos indígenas brasileiros foram enviados a 20 mil escolas públicas próximas a aldeias. Em 2010, foi distinguido com o Prêmio Nacional de Inovação da Confederação Nacional das Indústrias (CNI).

Membro de uma sociedade internacional que se dedica ao estudo de jogos, o professor e jornalista Maurício Lima foi o responsável pelo resgate da história do jogo. Antes dele, não havia registro de nenhum jogo de tabuleiro tipicamente brasileiro. “Em 2001, em Barcelona, levantei a hipótese de que esse jogo tinha origem nos indígenas brasileiros”, informa. Após visitar oito aldeias, Maurício descobriu que os mais velhos sabiam desenhar o tabuleiro no chão e jogar.

Olimpíadas — Além do Jogo da Onça, o estande do Sesc mostrou curiosidades de outras modalidades esportivas que estarão em evidência nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Os estudantes e demais visitantes puderam observar a evolução da tecnologia nas roupas e nos objetos usados pelos atletas, como a bola de futebol, a raquete de tênis e as bicicletas de corrida.

Um minicampo com grama sintética foi aproveitado por estudantes dispostos a praticar esporte. Os visitantes também ouviram explicações sobre os benefícios dos exercícios físicos no corpo humano, como a formação de músculos, e alertas sobre a alimentação correta e ingestão de suplementos alimentares. Na entrada do estande, duas estátuas vivas, com vestimentas gregas, anunciavam a origem dos esportes olímpicos e sua importância na história — as antigas olimpíadas interrompiam as guerras. (Rovênia Amorim)

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