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Edição 36 - Ciências nos anos iniciais
19/03/2010
 
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Ensino de ciências pode utilizar diferentes alternativas metodológicas

A partir do livro Mamãe Botou um Ovo, os alunos aprenderam diversos conteúdos

A partir do livro Mamãe Botou um Ovo, os alunos aprenderam diversos conteúdos

Autor: Arquivo pessoal


Teatro, vídeo, histórias infantis, maquetes, músicas, e saídas de campo são algumas das alternativas metodológicas que podem ser utilizadas para ensinar ciências. “Acredito que não exista uma melhor que a outra. Elas dependem de cada realidade escolar, do espaço e tempo que o professor dispõe”, diz a professora Rosemar Vestena, formada em ciências biológicas, com mestrado em educação.

Para ela, as histórias infantis são uma excelente mola propulsora para apoiar o professor nas atividades propostas para o ensino e aprendizagem das ciências naturais. “Tanto aquelas mais específicas, como Mamãe Botou um Ovo, de Babette Cole (Editora Ática), para trabalhar as questões do corpo humano e da sexualidade, como os contos de fada, que se passam em um determinado ambiente em que se pode trabalhar a paisagem, o clima, as espécies animais e vegetais”, explica. Além disso, salienta, as historinhas apresentam problemas e dificuldades capazes de despertar a curiosidade, o interesse, entusiasmo, o espírito crítico, investigativo e criativo dos estudantes sobre os fenômenos da natureza. “Paralelamente, não deixamos de lado a possibilidade de despertar nos escolares o gosto pela leitura, a escrita e ampliar o vocabulário”, acrescenta.

Segundo Rosemar, que é professora de ciências no ensino fundamental e de biologia no ensino médio da Escola Estadual de Educação Básica Tiradentes, em Nova Palma (RS), desde 1995, e dá aulas de metodologia do ensino de ciências: conteúdo e metas, no curso de pedagogia do Centro Universitário Franciscano, em Santa Maria (RS), desde 2001, existem histórias interessantes como as obras do biólogo Samuel Murgel Branco, mais direcionadas ao ensino das ciências naturais: Saci e a reciclagem do lixo, Iara Mãe dágua, Florinha e a Fotossíntese (Editora Moderna).

Ela diz que as histórias infantis podem ser usadas tanto como um elemento desencadeador das discussões em torno do tema proposto, como para apresentar novas informações ou servir de elo entre o que foi aprendido, o que está sendo aprendido e o que ainda precisa ser desvendado. “É o professor que se utiliza desta alternativa didática na hora que julgar pertinente para melhor qualificar suas aulas e o aprendizado dos estudantes”, ressalta.

Teatro - Outro elemento utilizado por Rosemar é o teatro, que acredita ser capaz não só de despertar e apresentar talentos como melhorar as relações interpessoais, o senso estético, ético, crítico, espaço temporal e tantas outras habilidades. Ela destaca que os textos podem ser adaptações de histórias infantis, roteiros de teatro já prontos ou criados pela equipe de trabalho. Tanto na universidade como na escola, ela prefere utilizar textos criados pela própria equipe. “É sempre mais instigante ter nas mãos o desafio de criar, além de oferecer aos estudantes o direito à autoria e as responsabilidades inerentes a uma obra quando se coloca à apreciação da platéia”, salienta.

Em 2009, quando lecionou para alunos do primeiro ano do ensino fundamental, Rosemar participou do projeto Eu sou o Cara, em que as atividades focavam especialmente as relações interpessoais. Ela trabalhou junto com a professora regente da classe e a professora de português. “Escolhemos a historinha contada no livro Um amor de confusão, de Dulce Rangel (Editora Moderna), por abordar a questão do afeto e da solidariedade (que era o foco do projeto), bem como a possibilidade de articular as diferentes áreas do conhecimento.”

O projeto, com duração de dois meses, teve a participação de 25 alunos. Após ouvirem a história, as crianças passaram a desenvolver diversas atividades lúdicas: foi feita a montagem de um ninho com diferentes ovos de aves e a construção de um painel com a personagem principal do conto, utilizando penas de aves coletadas pelas crianças e seus familiares. Além disso, os alunos tiveram oportunidade de estudar o modo de vida e as características dos animais da história, trabalhar problemas matemáticos, letras, sons, sílabas e palavras, bem como construir frases e pequenos parágrafos sobre a temática da história.

(Fátima Schenini)

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