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Edição 36 - Ciências nos anos iniciais
19/03/2010
 
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Ambiente deve favorecer o pensamento, a discussão e a investigação

A investigação deve ser feita por observação dos fenômenos

A investigação deve ser feita por observação dos fenômenos

Autor: Amanda Dominici


Ativo batalhador pela divulgação e popularização do conhecimento científico, o físico Ernst Wolfgang Hamburger acredita que as ciências são parte importante do processo de descoberta e conhecimento do mundo, que as crianças iniciam desde que nascem. Para ele, não se trata de formalizar esse aprendizado com definições, fórmulas e teorias, mas de providenciar para a criança um ambiente favorável ao pensamento, à discussão e à investigação, exercitando o uso da palavra oral, da expressão de idéias por frases, e dos registros escritos.

De acordo com Hamburger, que é bacharel em física, com doutorado e pós-doutorado em física pela Universidade de Pittsburgh (EUA), professor aposentado do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e recebeu o Prêmio José Reis de Divulgação Científica, do CNPq, em 1994 e o Prêmio Kalinga pela Divulgação da Ciência, da Unesco, em 2000, o ensino de ciências nos anos iniciais do nível fundamental deve dar ênfase ao entendimento dos conceitos, com investigação, discussão e debate em grupo, procura de consenso e registro final por escrito. Em sua opinião, a investigação deve ser feita por observação dos fenômenos e também por meio de referências em pessoas que conhecem mais, em livros e revistas, na internet – se necessário com orientação do professor.

Segundo ele, que coordenou durante quase dez anos a Estação Ciência, centro de difusão científica, tecnológica e cultural da Universidade de São Paulo (USP) e atualmente integra o programa da Academia Brasileira de Ciências, ABC na Educação Científica – Mão na Massa, o principal recurso pedagógico que deve ser utilizado nas ciências experimentais é a observação de fenômenos, inclusive experimentos montados com recursos simples, como garrafas PET, seringas e tubos plásticos flexíveis para explorar as propriedades da água e do ar.

Hamburger acredita que a falta de recursos disponíveis nas escolas é um problema que pode ser superado. “Com tempo de preparação e participação de alunos e eventuais pais ou especialistas, o professor pode realizar com os alunos experimentos com insumos simples”, salienta.

Ele diz que os cursos de licenciatura tendem a enfatizar o conhecimento passivo, a resolução de problemas padrão, a reprodução das palavras do professor ou dos livros. “Deveriam enfatizar muito mais a iniciativa do aprendiz, na definição de assuntos e perguntas a serem pesquisados e perguntados, ao projeto, junto com os alunos, de experiências para responder às perguntas definidas coletivamente, ao planejamento, montagem e realização dos experimentos”, ressalta.

Para Hamburger, o Brasil não forma professores em número suficiente para atender as demandas das diversas áreas científicas, especialmente em física e química. Para aumentar o interesse dos jovens pelas licenciaturas, ele entende que seria necessário a valorizar o magistério fundamental: “é tão importante para o país, ou até mais, do que o exercício do médico e do engenheiro, e deveria ter status social e econômico equivalente”.

(Fátima Schenini)

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