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Edição 114 - Ensino de Línguas
10/06/2015
 
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Aulas de alemão preservam tradições em cidade catarinense

A escola Olavo Bilac tem 347 alunos no ensino bilíngue

A escola Olavo Bilac tem 347 alunos no ensino bilíngue

Autor: Valdemir Cunha


Conhecida como a cidade mais alemã do Brasil, a pequena Pomerode, em Santa Catarina, preserva as tradições culturais herdadas dos colonizadores, vindos, em grande parte, da Pomerânia, região no norte da Alemanha. A herança germânica pode ser vista por toda a parte no município, a 150 quilômetros de Florianópolis: desde as construções e jardins até os grupos folclóricos e pratos típicos. Nesse ambiente, nada mais natural do que o interesse pelo idioma alemão, oferecido na Escola Básica Municipal Olavo Bilac, desde 2008, e na Escola Básica Municipal Dr. Amadeu da Luz, desde 2009.

Segundo a professora Ana Cristina Kamchen Buettgen, diretora da escola Olavo Bilac, a ideia de oferecer o ensino bilíngue surgiu em 2007, com a realização, em Blumenau, de encontro entre autoridades do Brasil e da Alemanha. Uma experiência de escola bilíngue em Berlim inspirou o desenvolvimento dessa forma de ensino em Pomerode.

Embora a intenção inicial fosse transformar a escola Olavo Bilac em uma unidade de ensino bilíngue, observou-se que nem todos os alunos tinham interesse em aprender o alemão. “Outra dificuldade era a diferença de grade curricular entre as escolas do município, que inviabilizava transferências e matrículas de novos alunos”, lembra a professora. Assim, foi necessário rever o formato do projeto. Em 2011, o ensino bilíngue passou a ser oferecido de forma optativa, a partir do segundo ano do ensino fundamental, duas vezes por semana, no período de contraturno. “Hoje, são 19 turmas na escola Olavo Bilac; a primeira turma está no oitavo ano.”

A diretora destaca que o processo ainda é de construção. “Fazendo ajustes, pesquisando metodologias e estratégias que atendam amplamente os objetivos e expectativas do ensino bilíngue”, diz. A grade curricular nacional é seguida normalmente no horário regular de aula, e os professores que trabalham com essa grade não precisam dominar a língua alemã. “Além das aulas do ensino bilíngue, todas as turmas da rede municipal de ensino têm na grade curricular normal uma aula de língua alemã do primeiro ao quinto ano e duas aulas do sexto ao nono ano”, ressalta.

Há 24 anos no magistério e há dois anos e meio na direção, Ana Cristina tem graduação em pedagogia e especialização em ludopedagogia e alfabetização e em mídias na educação.

Todas as escolas da rede municipal também têm em sua grade curricular a disciplina de língua inglesa, a partir do primeiro ano do ensino fundamental. “Ao ter acesso ao aprendizado formal de uma segunda língua novas janelas se abrem. Você não só conhece uma língua, mas novas culturas, tradições, formas de viver”, diz Ana Cristina. “É abrir as janelas do mundo.” Ela enfatiza ainda a expectativa de uma valorização profissional no futuro. “Em Pomerode, há algumas empresas alemãs que valorizam funcionários que dominam o idioma.”

A opinião é compartilhada pelo professor de língua alemã Endrigo de Oliveira Knetsch, que atende turmas do quarto ao oitavo ano do ensino fundamental. “A comunidade percebe que o ensino bilíngue contribui para a formação e preparação do aluno para a vida e para o futuro mercado de trabalho, visto que a proficiência de idiomas é cada vez mais desejável por parte das grandes empresas instaladas no município e região”, esclarece.

Com graduação em letras e há 11 anos no magistério, ele participa regularmente de seminários para professores promovidos pela Fachberatung, órgão do governo alemão que orienta as escolas do exterior que oferecem o idioma na grade curricular e aplicam provas de certificação e diplomação.

Benefícios — Professora regente de turma de terceiro ano do ensino fundamental, Dorotéa Brandt Hornburg não usa a língua alemã em suas aulas, mas acredita que o ensino bilíngue traz benefícios. “As aulas em alemão complementam o que está sendo trabalhado no turno regular, e os alunos desenvolvem a aprendizagem e ampliam os conhecimentos”, avalia a pedagoga, com especialização em alfabetização. Ela está no magistério há 25 anos.

A escola Olavo Bilac tem 748 alunos matriculados na educação infantil e no ensino fundamental, no período diurno. Desse total, 347 frequentam o ensino bilíngue. No período noturno, o espaço físico da instituição é cedido para o atendimento de estudantes do ensino médio da rede estadual de ensino. (Fátima Schenini)

Acesse a página da EM Olavo Bilac

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