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Edição 122 - Educação Financeira
24/02/2016
 
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Alunos de Manaus aprendem a economizar e orientam os pais

As aulas de educação financeira foram desenvolvidas de forma lúdica na Escola Dr. Paulo Pinto Nery

As aulas de educação financeira foram desenvolvidas de forma lúdica na Escola Dr. Paulo Pinto Nery

Autor: Arquivo pessoal


Um dia, ao chegar à sala de aula, a professora Maria Erinete Strauss Nogueira perguntou aos alunos do terceiro ano do ensino fundamental quem ajudava os pais a pagar as contas de casa. Nenhum dos 26 alunos respondeu. A provocação deu início a um projeto de educação financeira, trabalhado com a turma durante o ano letivo de 2014. No encerramento das aulas, ao repetir a pergunta, os estudantes tinham um exemplo para contar. Todos estavam contribuindo para a economia dos gastos da família.

“A comunidade da Colônia Antônio Aleixo, em Manaus, onde fica a Escola Municipal São Luiz, é muito carente e, com o projeto de educação financeira, os alunos, que têm de 9 a 13 anos de idade, foram se conscientizando de que deixar a torneira aberta, por exemplo, significa uma conta de água mais cara no fim do mês”, relata Maria Erinete. Da mesma forma, com as atividades previstas no material didático que receberam, os estudantes descobriram que poderiam ajudar a própria escola a reduzir gastos com energia elétrica ao desligar o ar-condicionado no momento de deixar a sala de aula.

A escola São Luiz e outras 64 unidades de ensino fundamental de Manaus participaram, em 2015, do projeto-piloto, com apoio do Ministério da Educação, para despertar em estudantes a consciência de que podem tomar decisões acertadas sobre situações financeiras bem antes do ingresso no mercado de trabalho. Na avaliação da professora, o projeto não apenas despertou a consciência dos alunos: promoveu outra dinâmica na rotina das famílias. “Nas reuniões de escolas, os pais, muitos deles analfabetos e com dificuldades de fazer contas, disseram, entusiasmados, que os filhos estavam ajudando a não desperdiçar água e luz”, diz.

A coordenadora do Projeto de Educação Financeira da Secretaria de Educação de Manaus, Shirley Vitor, afirma que professores das turmas de terceiro, quinto, sétimo e nono anos das 65 escolas que participaram do projeto em 2015 receberam treinamento e dicas sobre o uso do material didático para desenvolver atividades com os alunos. A sugestão é que a educação financeira seja introduzida de forma transversal, perpassando o conteúdo de diferentes disciplinas. “O conteúdo é interdisciplinar e, por isso, professores de outras disciplinas, não só de matemática, podem participar”, afirma Shirley. “Em educação física, por exemplo, é possível trabalhar com jogos interativos.”

Prova — Por se tratar de projeto-piloto, os estudantes fizeram prova no fim do último ano letivo para avaliação do aprendizado do conteúdo. Professora de história e ensino religioso, Neuza Olívia Moura Cavalcante de Alencar, trabalha com 32 alunos da turma do nono da Escola Municipal Dr. Paulo Pinto Nery, na zona leste de Manaus. Ela espera, ansiosa, pela divulgação dos resultados. “Estou curiosa para saber as notas e se eles foram bem. Assim, vou poder avaliar meu trabalho também”, explica.

Neuza aplicou o conteúdo da educação financeira de forma lúdica. “Aproveitei que os alunos são adolescentes e estão naquela fase de sonhar com um futuro de sucesso”, conta. A professora usou o chão da própria sala de aula para criar a trilha de um jogo de tabuleiro em tamanho real. Ao avançar pelo trajeto, os jovens deparavam-se com uma série de estímulos para consumir e deveriam decidir entre comprar e economizar. Em cada uma das paradas obrigatórias, eles poderiam aplicar o dinheiro em imóveis ou gastá-lo em roupas, joias, carros de luxo, perfumes, celulares e notebooks. Mas teriam de chegar ao fim da trilha com dinheiro suficiente para depositar em um banco.

Entusiasmada com o projeto, a professora pretende incorporá-lo às aulas. “Foi gratificante ver os alunos percebendo o dinheiro como algo especial” diz. “Eles aprenderam a importância de procurar os descontos e de reservar economias para o futuro.”

De acordo com Neuza, é importante que o professor possa inovar sobre o conteúdo do material didático. “Eu não teria tempo para trabalhar tudo o que está no livro; então, criei uma estratégia para que os alunos pudessem assimilar o conteúdo de forma rápida e prazerosa.”

Este ano, outras 64 escolas de Manaus participam do projeto. Os professores podem sugerir mudanças para o aperfeiçoamento da iniciativa.(Rovênia Amorim)

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