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Edição 31 - Prêmio Professores do Brasil - 2009
15/12/2009
 
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Mascote ajuda crianças a conhecer seus direitos


Um cachorro de pelúcia verde escolhido entre sete outros bichinhos como mascote da turma de educação infantil da professora Marta de Moura Nunes Dias, de Curitiba (PR), tornou-se um grande auxiliar no aprendizado dos alunos com idades entre quatro e cinco anos. Com curso de normal superior e especialização em educação infantil, Marta leciona há dez anos, sendo os três últimos na Escola Municipal Professora Maria Ienkot Zeglin.

Ao perceber, no início deste ano, um grande número de alunos que vinham de outros bairros, sozinhos, e que tinham vergonha não só de falar sobre suas casas, mais pobres, como também da estrutura familiar em que viviam, que não era a tradicional, composta por pai e mãe, Marta resolveu trabalhar essas questões, por meio da legislação dos direitos da criança e do adolescente. Para isso criou o projeto Sou pequeno, mas tenho meus direitos – Uma releitura do Estatuto da Criança e do Adolescente, que foi um dos premiados na quarta edição do Prêmio Professores do Brasil.

“Trabalhamos no sentido deles valorizarem tudo o que têm, em termos de alimentos, moradia, e família. Explicamos também seus direitos, seja em relação à saúde, ao ensino, ou ao lazer,” diz Marta. Como muitas mães não conheciam os direitos das crianças, ela teve a preocupação de envolver a família no projeto. “Mandava bilhetes na agenda, com perguntas para as mães. E elas respondiam contando, por exemplo, coisas do tempo em que eram crianças. Também mandavam as receitas prediletas dos filhos ou fotos dos lugares mais legais que seus filhos visitaram”. E todas essas informações obtidas das mães eram repassadas, por seus filhos, aos demais colegas.

Tanto a escolha do mascote quanto a de seu nome foram feitas por meio de eleição. Três crianças foram escolhidas para a apresentação de justificativas sobre porque deveria ser escolhido este ou aquele nome. Afinal, o nome do bichinho ficou sendo Fofinho, com o sobrenome Zeglin, igual ao da professora que dá nome à escola. E ele tem um documento de identidade, para destacar que isso também é um direito das crianças.

A cada dia o mascote vai para a casa de um aluno, que tem que assinar um documento se responsabilizando pelos cuidados com o Fofinho. Ao levar o bichinho para casa o estudante leva também sua casinha e sua comida, feitas pelos próprios alunos, assinalando, dessa forma, que esses também são direitos das crianças. Como toda criança tem direito à educação, o mascote também está presente durante as aulas, onde participa da chamada e das tarefas.

Teve um dia em que uma criança trouxe a lição de casa com uma pintura em que uma metade estava bem feita e a outra não. E disse à professora que a parte que não estava muito boa tinha sido feita pelo Fofinho: “não fica brava com ele, profe! Ele não pintou muito bem, porque ainda não sabe. Mas vai aprender.”

Marta já havia trabalhado, anteriormente, com um projeto de mascote. Também tinha usado conteúdos do Estatuto da Criança e do Adolescente. Mas nesse projeto ela integrou os dois assuntos e obteve excelentes resultados. Ela explica que no início do ano os alunos faltavam muito, porque as mães achavam que isso não tinha importância. “Eles só vão brincar na escola”, diziam. Agora a presença melhorou, graças à conscientização da importância das aulas nessa etapa do ensino infantil. Também diminuíram as brigas entre eles. “Quando eu digo a um aluno – você está desrespeitando os direitos de seu colega – ele consegue refletir sobre isso e acaba pedindo desculpas. Isso não acontecia no início do ano”, avalia.

(Fátima Schenini)

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