Portal do Governo Brasileiro
Início do Conteúdo
JORNAL
Edição 32 - Bullying na Escola
04/01/2010
 
ou
NOTÍCIAS
 

Porto Alegre adota diferentes soluções contra o bullying

Em Porto Alegre, alunos da Escola Estadual Padre Reus falam sobre bullying para professores da Escola Mariano Beck

Em Porto Alegre, alunos da Escola Estadual Padre Reus falam sobre bullying para professores da Escola Mariano Beck

Autor: Arquivo pessoal


Um projeto que une artes plásticas, dança e teatro foi a solução encontrada em uma escola de ensino médio de Porto Alegre (RS) para combater a violência e a agressividade dos estudantes, bem como casos de bullying. Idealizado pelo professor de educação artística, Aloízio Pedersen, o projeto A Escola sem Violência vem se realizando desde 2006, com excelentes resultados.

“Trabalho para trazer a agressividade para a sala de aula e fazer com que ela se transforme em arte”, explica Aloízio, artista plástico, ator, diretor de teatro, e arte-terapeuta que atua no magistério público estadual há 32 anos e dá aulas também na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Ele acredita que é preciso combater a violência na origem, em sua causa e não na conseqüência. “A escola é um espelho da sociedade. A violência chegou à escola porque a sociedade está violenta. Temos que reverter essa situação”, diz.

Tudo começou quando a Escola Estadual Padre Reus, que tem em média 1.400 alunos, nos três turnos, recebeu um grupo de alunos bastante agressivo. Os resultados, logo no início do semestre, foram: um vaso sanitário explodido, portas de salas de aula queimadas e com ferragens arrebentadas, vidros quebrados, pichações variadas, além de relações agressivas de alunos entre si e com professores, e casos de bullying.

Como o diretor da escola observara as mudanças, para melhor, que ocorriam com os estudantes que freqüentavam as oficinas de teatro ministradas pelo professor Aloizio, pediu a ele que elaborasse um projeto para tentar mudar o comportamento dos alunos. E assim foi feito. Nesse projeto, cada turma da escola participa, uma vez por semana, de diferentes atividades que sempre começam por uma sessão de alongamento. As atividades, que são realizadas em uma sala ampla, sem cadeiras ou classes, com porta CDs e colchonetes, envolvem observação, concentração, criatividade, movimento e ritmo, construção de personagens e cenas de teatro, além de desenho e pintura. Os alunos também recebem atividades para fazer em casa, como vídeos ou cartazes e já desenvolveram alguns blogs, sendo um deles contra o bullying.

Segundo Aloízio, o perfil dos alunos se modificou sensivelmente já no primeiro ano de realização do projeto. A escola, que precisava ser pintada duas vezes por ano passou a ser pintada apenas uma vez, possibilitando investimentos em melhorias na escola. Ele conta que, atualmente a escola está cheia de flores – amor-perfeito – e as relações agressivas e o bullying diminuíram a percentuais mínimos. Aloizio atende, atualmente, 15 turmas pela manhã e cinco à noite. No período da tarde, o projeto é desenvolvido por outra professora.

“Hoje, nossos alunos são convidados a fazer palestras em outras escolas e também em instituições como o Ministério Público e órgãos do Judiciário. Fazendo brincadeiras e fazendo teatro vão passando a mensagem. Os alunos se promovem e se fortalecem”, salienta o professor, que já está atraindo a atenção de de outras instituições de nível superior para dar aulas, neste ano, a fim de instrumentalizar futuros professores no combate à violência e ao bullying.

Saúde Escolar - A solução contra o bullying adotada no Colégio Cônego Paulo Nadal, que atende alunos do ensino infantil até o médio, também em Porto Alegre, é o apoio e a colaboração de uma das oito equipes de saúde escolar da Secretaria Estadual de Educação, que trabalha com prevenção e promoção de saúde nas escolas. O Paulo Nadal funciona como uma escola polo dessa equipe, integrada por uma psicóloga, dois biólogos e uma nutricionista. “Em 2009, o foco do trabalho foi a violência, onde o bullying está incluído, e a sexualidade, conta a psicóloga Regina Ferreira, coordenadora da equipe que atende 43 escolas.

De acordo com Regina, o tema bullying foi muito procurado pelas escolas. “Trabalhei muito com adolescentes. Várias escolas solicitaram nossa presença”, ressalta. A equipe também trabalha questões relativas à qualidade de vida do professor, como estresse, fadiga, e relacionamento com o aluno, com a família do aluno e com a própria instituição.

(Fátima Schenini)

ENQUETE

Ajude-nos a escolher o tema da próxima edição do Jornal do Professor. É só clicar em uma das opções abaixo!

Fim do Conteúdo
REPORTAR ERROS
Encontrou algum erro? Descreva-o aqui e contribua para que as informações do Portal estejam sempre corretas.
CONTATO
Deixe sua mensagem para o Portal. Dúvidas, críticas e sugestões são sempre bem-vindas.