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Edición 28 - Seja um Professor
14/10/2009
 
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Prazer em estudar e em ensinar é fundamental

Professora e alunos da educação infantil

Professora e alunos da educação infantil

Autor: Wanderley Pessoa


A passagem do Dia do Professor, em 15 de outubro, provoca algumas reflexões sobre essa profissão que ocupa 1,8 milhão de brasileiros, apenas na educação básica, de acordo com dados do Censo Escolar de 2009, número ainda insuficiente para atender os mais de 52 milhões de alunos da educação infantil até o último ano do ensino médio.

Quais as principais características de um bom professor? Como se descobre a vocação para o magistério? O que os futuros professores esperam da carreira? Segundo especialistas, o fundamental para seguir esta carreira é gostar de estudar e de ensinar.

Para a psicóloga Lílian Rose Margotto, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), duas características fundamentais podem ser encontradas nos bons professores: gostar de aprender e ter vontade de ensinar. “Quando falo em gostar de aprender quero dizer que é preciso estar sempre pronto para encontrar com o inesperado, para os resultados imprevistos, para os efeitos que nos surpreendem, para as mais diversas atitudes diante dos fatos. Por mais que a sua aula esteja preparada, o resultado que ela produz é da ordem do inesperado”, acredita Lílian Rose, que é doutora em educação. Quanto a gostar de ensinar, explica, “é investir no outro, justamente para que ele possa superá-lo, para cultivar no outro uma autonomia progressiva que o leve, justamente, a prescindir de você.”

Ela conta que descobriu sua vocação para o magistério quando começou a dar aulas e foi “virando” professora aos poucos. “Exercer o ofício de ensinar me ensina. Aprendo, de verdade, a cada dia. Aprendi a ser professora com aqueles que foram meus professores e aprendo continuamente com os meus alunos”, salienta a professora.

Na visão do professor Marcelo Ricardo Pereira, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a profissão de professor é construída, palmo a palmo, a partir das impressões que a vida confere a cada um. “Prefiro pensar que não descobrimos em nós uma vocação para o magistério, bem à maneira essencialista; mas que construímos nossa vocação, a aprendemos e a experimentamos.”

De acordo com Pereira, que é formado em psicologia, com formação em psicanálise e doutor em psicologia e educação, há um caráter bastante circunstancial e contingente na profissão de professor, pois quem a exerce sabe que tem de lidar cotidianamente com incertezas, descontinuidades e subversões e, ao mesmo tempo, inventar saídas rápidas para isso. “É um exercício marcado por impasses, mas também por descobertas. A inventividade deveria ser o outro nome dessa profissão”, acredita.

Com atuação no magistério há mais de trinta anos, a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, acredita que os professores devem ser profissionais que gostem de estudar, sempre e muito, além de serem pessoas curiosas e que respeitem a curiosidade de seus alunos. “Os professores devem gostar de conviver com as novas gerações e com as inquietudes das novas gerações”, diz.

Em sua opinião, a carreira do magistério tem sofrido mudanças, como todas as outras profissões, mas destaca como transformação positiva que está ocorrendo, uma maior preocupação da sociedade em discutir temas como a educação, condições de trabalho, o papel da escola e o papel do professor. Ela defende uma política mais focada e dedicada ao professor, para que ele tenha uma carreira atraente, com boas condições de trabalho e uma remuneração compatível com a formação e com a importância estratégica do trabalho que desenvolve.

Faça a diferença – Mas quais são as expectativas dos jovens que ainda se preparam para ingressar na carreira de professor? “Minha maior expectativa é que meus alunos sejam pessoas melhores e lutem por aquilo que almejam”, afirma a normalista Juliane Módena, do Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza, em Caxias do Sul (RS). Já sua colega Karen Pereira quer poder contribuir na mudança da sociedade, como educadora, auxiliando no processo de mudança comportamental das pessoas. Karen resolveu ser professora por volta dos dez anos, quando ouviu uma professora dizer a frase - faça o que fizer, faça a diferença. “Desde então eu decidi meu futuro profissional, percebendo que o melhor modo de fazer a diferença é atuar na formação dos cidadãos, ou seja, na educação”, lembra.

(Fátima Schenini)

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