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Edição 25 - Matemática Descomplicada
26/08/2009
 
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As pessoas devem mudar concepção sobre a matemática

Paulo Figueiredo, presidente da Sociedade Brasileira de Educação Matemática.

Paulo Figueiredo, presidente da Sociedade Brasileira de Educação Matemática.

Autor: Arquivo pessoal


Os resultados em matemática obtidos por estudantes brasileiros em avaliações como o Programa Internacional de Avaliação de Alunos – Pisa e o Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb têm levantado inúmeros questionamentos sobre o ensino dessa disciplina no Brasil.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (Sbem), Paulo Figueiredo Lima, certamente há, hoje, um consenso de que é necessário mudar o enfoque do sistema educacional como um todo e dos que lecionam matemática em particular, com relação ao conteúdo a ser ensinado e também à maneira como o conteúdo é ensinado.

Em sua opinião, é indispensável, em toda a trajetória escolar, que se desenvolva a capacidade de sistematização e de organização lógica do pensamento e que os conteúdos sejam ensinados de maneira estimulante. “As pessoas devem “entrar no jogo da aprendizagem” e mudar sua concepção sobre a matemática, deixando de considerá-la como um “bicho de sete cabeças,” salienta o professor, que é doutor em matemática e docente da Universidade Federal de Pernambuco.

Na realidade, diz, “há um conjunto complexo de fatores que afetam negativamente a qualidade da educação básica em nosso país, muitos deles estreitamente ligados às persistentes desigualdades sociais. Fatores que intervêm em particular no campo da formação matemática.” O dilema, segundo ele, é ter de se atribuir, ao mesmo tempo, caráter prioritário, a muitos desses fatores.

De acordo com Paulo Figueiredo, o professor de matemática tanto dos anos iniciais quanto do ensino médio passa, atualmente, por enormes dificuldades para vivenciar sua prática profissional. “Ele é mal remunerado; trabalha em condições adversas, muitas vezes em três turnos diários; teve uma formação inicial deficiente, tanto na matemática como no campo didático-pedagógico; e tem poucas oportunidades de continuar sua formação na sua vida profissional, entre outros obstáculos”, salienta. Em sua visão, essas condições adversas têm contribuído para o afastamento de licenciados da sala de aula.

Ele acredita que a questão do professor é inseparável dos dilemas da escola atual. E enfatiza a necessidade de haver interferência para a superação de deficiências, tais como escolas com infraestrutura física precária e sem um efetivo projeto pedagógico, como tarefa prioritária para mudar o quadro da educação básica em nosso país.

Na visão do presidente da Sbem, o ensino básico no Brasil, em particular o de matemática, tem sido capaz de formar uma elite de destaque no panorama científico nacional e internacional. “O que ofusca o brilho desses avanços é que o país precisa de muito mais profissionais de ciência e tecnologia do que o contingente formado atualmente”. Além disso, destaca, “ao não se estender a todos os 56 milhões de alunos matriculados no ensino básico uma formação de boa qualidade, perde-se a batalha pela equidade social e desperdiçam-se os talentos de milhares de futuros profissionais de ciência e tecnologia, necessários para o avanço e a autonomia de nosso país.”

Leia a entrevista de Paulo Figueiredo na íntegra.

(Fátima Schenini)

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